Por meio de parcerias de longo prazo estabelecidas com conservatórios internacionais, guris tiveram a oportunidade de conhecer novas referências culturais
No Guri, música e cultura transcendem fronteiras. Estados Unidos, França e Reino Unido são alguns dos países que enviaram profissionais ao Brasil em programas de intercâmbio com alunos e professores. Viagens de formação ao exterior também fizeram parte da agenda, construída com o objetivo de criar e consolidar redes de relacionamento com instituições de ensino musical de alto nível ao redor do mundo.
Dessa forma, o que se pretende é uma troca constante de conhecimentos. Técnicas tradicionais e contemporâneas, aplicadas a diferentes áreas musicais, foram apresentadas a estudantes e músicos profissionais ao longo do ano.
Na visão da gestora artístico-pedagógica do Programa, Giuliana Frozoni, a relação de aprendizado estabelecida "ultrapassa os limites da técnica musical". "A cada intercâmbio, os alunos aprendem muito mais do que música", comenta.
Conservatório de Paris
A aluna Fernanda Tardivo, 17, participou da primeira etapa do intercâmbio com o Conservatório de Paris, realizada em maio e que teve como foco o Soundpainting. "Foi um modo de quebrar conceitos que definem o que é música", disse.
Criada na década de 70, a técnica trabalha com um conjunto de 1.200 sinais que servem para conduzir os músicos a improvisações. O francês Dylan Corlay, que liderou esse trabalho com os Guris, explicou que "desenvolvemos, sobretudo, o imaginário sobre o instantâneo e a improvisação, de uma forma que possamos ficar menos aprisionados com a partitura".
No segundo semestre, o conservatório francês enviou uma nova comitiva de músicos, desta vez, com ênfase na improvisação e na experimentação musical. Eles ficaram três semanas envolvidos em atividades pedagógicas, que resultaram em duas apresentações: um flash-mob na Pinacoteca do Estado e uma sonorização ao vivo de filmes clássicos. Para o aluno de violino Gabriel Medeiros, "a experiência abriu minha mente para novas áreas de conhecimento".
Sage Gateshead
A parceria com o Sage Gateshead ganhou fôlego em 2013. No primeiro semestre, um grupo de gestores e professores do Guri foi conhecer de perto o trabalho de uma das maiores instituições de ensino musical do mundo, no nordeste da Inglaterra. Em outubro, um grupo de oito pedagogos britânicos desembarcou em São Paulo com uma agenda fechada de três semanas.
Além de diversas atividades em polos e dos concertos, uma série de debates acerca de educação musical e democracia ganhou espaço no Encontro de Pedagogia Musical Social. Outro momento importante foi a cerimônia de lançamento da 31º edição da ISME (International Society for Music Education), para a qual o Coral Juvenil foi convidado a se apresentar na abertura, a ser realizada em julho de 2014.
A integrante do Coral Juvenil do Guri, Reslaine dos Santos, disse que os britânicos do Sage Gateshead "nos mostraram como uma música simples pode significar tanto, se a gente colocar o sentimento nela". O coro fez uma apresentação animadíssima com os músicos estrangeiros no Patteo do Colégio, no final de outubro. "As músicas vão ficar gravadas por muito tempo em nossas memórias", declarou Amanda Bispo.
Juilliard School
Com a prestigiada escola norte-americana, os Guris já estão adquirindo certa intimidade. Pelo segundo ano consecutivo, um grupo de alunos fez uma viagem de formação na sede da instituição, em Nova Iorque. Durante uma semana, assistiram a aulas como ouvintes, utilizaram os espaços de estudo e fizeram um roteiro por alguns pontos culturais da cidade.
No caminho inverso, a maestro da escola, George Stelluto, veio novamente ao Brasil para reger a Orquestra Sinfônica Infanto-Juvenil. "Eles melhoraram em muitos aspectos. Foi possível sentir a inteligência musical do grupo sendo trabalhada", comentou.
Conservatório de Amsterdã
No final do primeiro semestre, uma comitiva de políticos, gestores culturais, músicos e empresários holandeses veio ao Brasil para uma agenda institucional na qual estavam contempladas visitas a polos do Guri. Professores da Concertgebouw Orquestra, que leva o título de "melhor do mundo", foram escalados para realizar master classes para os alunos do Programa. A ministra Jet Bussemaker afirmou que "é muito estimulante ver a energias desses jovens".
Conservatório de Viena
Também da Europa, representando o Conservatório de Viena, uma das regiões de maior tradição na música erudita, vieram os pianistas Marielena Fernandes e Ranko Markovic, que realizaram um concerto de piano a quatro mãos e uma palestra sobre performance nesse tipo de duo.
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