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Guris expandem conhecimentos em aulas de aprimoramento

06 de junho de 2012

Integrantes dos grupos musicais participaram de um intensivo de aulas com 20 conceituados professores e músicos; Em setembro, haverá nova série

No penúltimo sábado de maio, dia 19, alunos dos sete Grupos Infantis e Juvenis do Guri acordaram cedo como de costume para ir à Escola de Música do Estado de São Paulo – Tom Jobim. Mas o motivo agora não era participar dos ensaios. Os Guris se encontraram para aperfeiçoar suas performances musicais junto a professores de alto nível, em uma série intensiva de master classes, aulas realizadas periodicamente com estudantes de nível avançado. 

Participaram da atividade cerca de 300 jovens, que permaneceram em contato com a música durante manhã e tarde, ao lado de 20 destacados profissionais, dentre os quais: Teresa Longatto, Adalto Soares (Conservatório de Tatuí), Emmanuele Baldini (Orquestra Sinfônica), Renato Bandel (EMESP). As aulas foram divididas de acordo com os instrumentos. Em todas elas, havia um professor de um dos grupos acompanhando de perto o andamento.

“Acho que tinha que ter master class todos os meses porque a qualidade dos professores motiva os alunos a tocarem sempre melhor”, avaliou Philips Thor, estudante de eufônio, instrumento de sopro da família das tubas. “Para conseguirmos evoluir, precisamos de um impulso. Com o rigor dessas aulas, sempre vamos buscar um resultado melhor”, acredita.

No início de 2012, esse jovem de 19 anos que se dedica à música há 3 anos e meio obteve uma importante conquista: entrou para o seleto quadro da EMESP. Isso depois de ter se iniciado e se desenvolvido nas aulas do Programa Guri, das quais ainda faz parte, frequentando o Polo do CEU Vila Curuçá. Ele também integra a orquestra da cidade de Mairinque, interior de São Paulo.

O renomado violinista italiano Emmanuele Baldini, que está à frente da Osesp desde 2007, teve uma impressão positiva do estágio em que se encontram os guris. “Estão aptos a tocar uma sinfônica de Beethoven. Acho que chegou a hora e isso servirá de estímulo. Sem dúvida, eles têm capacidade técnica”, disse. Para ele, a realização de master classes é fundamental para os que estão trilhando o caminho da música, “especialmente quando o time de professores é de alto nível”.

Baldini nasceu em 1972, na cidade de Trieste, ao norte da Itália, em uma família de músicos. Antes de vir ao Brasil, tocava na Orquestra do Teatro de Bolonha. Aqui no país, pelo qual se diz apaixonado, especialmente por São Paulo, foi o fundador do quarteto da Osesp.

Assim como o italiano, o maestro Adalto Soares, diretor artístico da Orquestra de Metais Lyra Tatuí, percebeu um “bom nível” entre os alunos. Mas ressaltou um ponto a ser trabalhado: a formação de repertório. “Talvez essa falta de referência musical seja por causa da idade e, se for, cabe a nós, professores mostrar os caminhos”. Soares comentou que sempre costuma passar em aula uma peça-desafio, “para que os alunos percebam que não sabem de tudo”.

O coordenador pedagógico e professor de viola da EMESP Renato Bandel, por sua vez, frisou a necessidade de um estudo disciplinado. “Qualquer estudante precisa de tempo para aprender coisas difíceis. Isso significa entrar numa sala e estudar”, pontuou. O recém-chegado à EMESP Philip Thor concorda. “se você quer ser músico profissional tem que estudar. A cobrança dos professores é positiva”.

As master classes estão incorporadas na prática pedagógica do Programa Guri desde o início do projeto. São um importante instrumento para integrar todas as partes envolvidas no processo de formação musical: alunos, professores, professores dos grupos e músicos convidados. É o que diz o coordenador pedagógico Ricardo Appezzato, para quem essas aulas servem também como “um termômetro” para avaliar o resultado do trabalho com os guris.

“Sempre tentamos trazer professores que estão nas grandes escolas para os alunos terem contato com um ambiente profissional, além de quebrar o mito de que esses músicos são inacessíveis”, complementa Appezzato. Segundo ele, além de ser um momento propício para solucionar dúvidas técnicas por meio de variados repertórios, que são discutidos caso a caso, as master classes tem a função de preparar os alunos para as configurações profissionais.

Essa foi o segundo encontro do gênero realizado em 2012 para os grupos musicais do Guri. Até o final do ano serão quatro encontros. O próximo está marcado para setembro.

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