Jovens são aprovados em alguns dos vestibulares mais concorridos do País e dão um passo importante rumo à profissionalização na área da música
Após conviverem com as mais diversas experiências musicais em aulas periódicas nos cursos regulares (seqüencial) e de participar das atividades de formação pedagógica e artística, alunos do Programa Guri enfrentam agora um novo desafio: ter êxito nos cursos de ensino superior aos quais passaram a cursar recentemente. O setor de comunicação da Santa Marcelina Cultura conversou com alguns dos jovens para saber como estão encarando esse momento.
Para Cesar Mukoyama, 19, ex-integrante da Camerata de Violões, entrar na universidade é “um meio para chegar mais perto do meu sonho, que é se tornar músico profissional”. “Mas ainda é só um passo”, acrescenta. Ele agora é estudante do curso de música da Universidade de São Paulo (USP), ministrado no campus de Ribeirão Preto. Sobre estar longe da família e amigos, comenta que “está todo mundo muito orgulhoso, mas dá aquele aperto, não tem como”. Foi o apoio da família, inclusive, o fator que considera ter mais ajudado na conquista.
Colega de Mukoyama durante anos no grupo de violões do Guri, Atilla Ramos, 19, também passou no vestibular de uma universidade pública para o curso de música, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Segundo ele, graças a três pilares: “minha mãe, que sempre me incentivou; o Guri Santa Marcelina; e o cursinho preparatório Arcada, da faculdade de direito da USP”. O garoto violonista conta que essa será uma oportunidade se dedicar cem por cento do tempo ao estudo de música, ao contrário do que acontecia em anos anteriores, quando tinha que se dividir entre diversas atividades. “Foi sensacional ver que um ano de luta deu resultado. Agora vou poder dar o meu melhor”, afirma, confiante.
Foco e dedicação também estão nos horizontes da jovem Raphaella Correa, integrante da Orquestra Sinfônica do Guri, que entrou no curso de regência da Unesp. Com apenas 17 anos, tem bastante claro o que representa essa nova fase. “Tenho tudo para crescer e encarar a música do ponto de vista profissional”, diz ela, que queria especificamente esse curso por causa das referências que teve sobre a qualidade dos professores.A mãe de Raphaella, Raquel Correa, 48, não escondeu a satisfação. “Estou transbordando de felicidade de ver no que resultou o esforço”, disse. “Ela estudou por conta própria, às vezes até de fim de semana”, conta.
Companheira de Raphaella na Orquestra Sinfônica, Jessica Valentim, 18, foi aprovada no curso de música da Faculdade Cantareira, e diz que levou um “susto” quando viu o resultado. “Nem estava pensando em fazer a prova. Achava que não tinha condições de estar na universidade por causa dos custos com mensalidade”, revela. No entanto, mudou de ideia por influência de amigos e agora inicia “uma nova etapa da vida na música”.
Davi Ciriaco, 20, completa a amostra entrevistada para falar sobre o assunto, com passaporte carimbado para estudar na Unesp no curso de bacharel em contrabaixo. Com performance destacada no Guri, o que lhe rendeu uma viagem a Juilliard School no ano passado, Ciriaco assume que “não esperava ter passado”. “Na prova, escorreguei em algumas coisas, não foi fácil. Fiquei um pouco preocupado”, conta. “Acho que vai ser bastante puxado”. Integrante da Orquestra Jovem.
Outra aluna que também entrou para o time dos universitários é Fernanda Tardivo, aluna do Polo Júlio Prestes que integra a Orquestra Sinfônica Infanto-Juvenil. Recentemente ela foi aprovada em segunda chamada em duas universidades: Unicamp e Unesp.
Nas fotos: No alto, Cesar Mukoyama, no meio, Raphaella Correa e abaixo, na esquerda, Fernanda Tardivo e no centro Jessica Valentim.
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