Santa Marcelina Cultura

MENU

NOTÍCIAS

Banda Juvenil e Camerata de Violões abrem temporada

06 de junho de 2012

Jovens vem ensaiando desde o início de março com o acompanhamento de músicos profissionais e professores dos polos; Em 2012, serão 35 shows nas comunidades

O último sábado (2/6) foi o dia de estreia da série de concertos Guri na Comunidade, com a Banda Sinfônica Juvenil no CEU Meninos e a Camerata de Violões no CEU São Mateus. A programação prevê 35 shows ao longo do ano, nos quais os grupos poderão mostrar ao público um repertório composto por obras de importantes escolas musicais, de diferentes períodos históricos.

A Banda Juvenil foi regida pela maestrina Monica Giardini, titular da Banda Sinfônica Jovem do Estado desde 1993 e com experiência de regência com grupos nacionais e internacionais. Monica, que vem ensaiando semanalmente com o grupo nos últimos meses, disse ter escolhido peças de nível médio a avançado para trabalhar com os guris. “O resultado foi ótimo. Passei músicas muito difíceis para eles”, avaliou. “Claro que precisam de mais experiência, precisam ganhar repertório, mas todos tem um enorme potencial”, pontuou.

A apresentação dos cinquenta integrantes, divididos em oito instrumentos somados aos de percussão, durou aproximadamente uma hora e teve sete canções. Uma delas foi o tema do conhecido musical A Bela e a Fera, composto por Alan Menken e Howard Ashman, que foi repetida no bis solicitado pela plateia. “Para nós, hoje é um dia de festa”, revelou Mônica ao público. A gestora do Guri Giuliana Frozoni também falou da felicidade de realizar esse projeto, que é “o fruto de um processo pedagógico” desenvolvido com as crianças e adolescentes.

Para integrar qualquer um dos sete Grupos Infantis e Juvenis, é necessário ser indicado por um dos professores e passar por um processo seletivo. Atualmente, são 320 alunos tocando nas diferentes formações.

O adolescente de 13 anos, estudante de trompete do polo Jílio Prestes, Abraão Santos é um dos que passaram por esse processo, que, segundo ele, demandou muito estudo. “Dentro desse grupo tive experiências bastante positivas e aprendi muitas lições”.

A mãe do menino, Mirian dos Santos Paiva, 42, que acompanhou a estreia da série de concertos, conta que o filho “foi encontrando os caminhos sozinho” e que agora tem “total confiança” na escolha que ele fez de estudar música. Abraão já tem em mente que no futuro pretende cursar uma faculdade de música. “Não estou sozinha na luta. Tenho o Guri do meu lado para realizar o sonho do meu filho”, completa Mirian.

Camerata de Violões no São Mateus

Ao mesmo tempo, do outro lado da cidade de São Paulo, subia ao palco do Teatro do CEU São Mateus a Camerata de Violões Infanto-Juvenil. A coincidência da agenda se deve ao apertado calendário de atividades que os sete  Grupos Infantis e Juvenis enfrentam, pois os ensaios acontecem aos sábados e os concertos só podem ocorrer nos finais de semana para não atrapalhar os estudos nos polos. 

O grupo, que neste ano conta com 25 integrantes, cinco a mais que 2011, levou para a comunidade da Zona Leste um repertório que tem como fio condutor o contexto cultural em que o violão brasileiro está inserido no século XX e os atores que influenciaram essa história, segundo o regente do grupo e professor do Guri Thales Maestre.
 

Para isso o grupo apresentou, em diversas formações, peças como Marcha dos Marinheiros do compositor Canhoto (Américo Jacomino), Tico-tico no fubá de Zequinha de Abreu, além de obras de Mario Zan, Baden Powell, Villa-Lobos e Villani-Côrtes.

“Tratamos do violão como personagem do grupo de choro, como integrante do movimento Bossa Nova e no ambiente artístico e profissional da Era do Rádio, sem esquecer do lado concertista”, explica Maestre. Para o professor, a proposta é aproximar o trabalho do grupo ao gosto do público. “O instrumento está bem adaptado à vida cultural brasileira, todo mundo tem um violão em casa, então o interessante desse repertório é a identificação imediata e aceitação por parte do público”. 

Quem estava presente respondeu à proposta. O casal Cintia Zaia e Caio Soares, pais de Pedro Zaia, 13 anos, aluno do polo Casa Blanca, elogiou a escolha do repertório e gostou dos momentos em que todos tocaram junto, conhecido como tutti no jargão musical. “Este ano está bem legal, sinto orgulho do Pedro estar neste grupo, ele ensaiou muito Tico-tico (no Fubá) em casa”, lembrou Soares.

Para Felipe Reis Brito, 15 anos, aluno do polo Perus, que fez sua estreia no grupo, estar ali no palco foi um momento de superação, “pois o nervosismo foi grande, mas durante a apresentação fui me soltando”. Ele conta que o repertório é bom, mas que exige muito estudo. Além do debut, Felipe, ao lado de Joanatan Fernandes da Silva, 18 anos, do polo Vila Atlântica, também comemoravam a aprovação na Escola Municipal de Música de São Paulo, uma das mais concorridas do país. “Meu professor falou que o próximo passo era entrar na Municipal, tentei ano passado não deu certo, mas consegui este ano”, comentou Joanatan após a apresentação. 

Thales lembra que a proposta artístico-pedagógica está no começo. “O momento foi de estreia, tivermos três meses de ensaio, de montagem do repertório. Cumpre-se uma etapa. Agora vamos trabalhar, queremos incentivar a pesquisa, para não eles não serem meros reprodutores de notas, assim o trabalho vai crescendo, ficando melhor”, finaliza. 

Este site utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com tal monitoramento. Consulte a Política de Privacidade para obter mais informações.