André Costa, aluno de violino barroco da EMESP Tom Jobim, ingressou no Departamento de Música Antiga do Conservatório Nacional de Música e Dança de Lyon (França). Sob orientação de Luis Otavio Santos, professor e coordenador do Núcleo de Música Antiga da EMESP, o aluno preparou o repertório que lhe rendeu a aprovação no Conservatório, uma das mais concorridas escolas de música do mundo.
O jovem conta que sempre ouviu música erudita em casa. André começou a estudar violino aos sete anos e viola aos quinze. Seu interesse por música antiga, no entanto, só começou em 2004, quando sua família teve que se mudar para o Novo México (EUA).
“Ingressei na orquestra da escola, que naquela época ensaiava o Concerto para dois violinos, op. 12 ‘L’Estro Armonico’, de Antonio Vivaldi”, conta. “Gostei tanto da obra do compositor barroco, que fiz cópias das partituras e as trouxe para o Brasil. Ao chegar aqui, percebi que a cópia fora mal feita e todas as páginas estavam sem os últimos pentagramas, impossibilitando a leitura do concerto”, lamenta André. Ávido para tocá-la, o violinista ouviu uma gravação do concerto diversas vezes e completou à mão as partes faltantes. Quanto mais escutava a obra, mais se encantava com a sonoridade da música barroca.
Em 2006, voltou aos EUA, desta vez estava em Seattle e assistiu a um concerto realizado com instrumentos de época. Percebeu, então, que era à música histórica que queria de se dedicar.
Convívio intenso
De volta ao Brasil, enquanto terminava sua graduação em viola na Unicamp, o jovem participou de diversos festivais de música antiga, como o Festival de Música Colonial Brasileira e Música Antiga (Juiz de Fora). Também teve contato com integrantes de importantes ensembles, como o francês Le Poème Harmonique. Em 2010, entrou no Núcleo de Música Antiga da EMESP e “mergulhou” nas obras renascentistas e barrocas.
“O Núcleo proporciona aos alunos um contato íntimo com um universo que para nós, brasileiros, ainda é de difícil acesso, então as pessoas que se interessam pelo assunto acabam ficando muito próximas. O Núcleo virou um ponto de encontro para esses músicos”, explica André. Além disso, o aluno destaca a importância da iniciativa do curso para a formação dos jovens músicos de São Paulo.
“Algo que acho muito importante é o cuidado com a coerência da interpretação dessa música. O Luis Otavio e todos os outros professores do curso estimulam a pesquisa do repertório, a técnica dos instrumentos históricos, a performance em conjunto”, declara o violinista. Segundo o aluno, esse preparo foi fundamental para sua formação.
Conservatório de Lyon
“Conversando com colegas da música antiga, ouvi falar muito no Conservatório de Lyon. É uma instituição de prestígio, com professores renomados”, conta André. “Decidi, então, prestar a prova e o professor Luis Otavio me orientou na preparação do repertório”.
Quando André chegou à cidade francesa para realizar o teste, soube que era o lugar perfeito para seus estudos. “Lyon é extremamente conservada. As construções antigas não são museus, são realmente residências ou prédios comerciais em funcionamento! Essa atmosfera é muito inspiradora”, declara. No mesmo dia em que foi avaliado, o aluno recebeu a notícia de que havia sido aprovado. “Vou estudar com a professora Odile Edouard, que está formando ótimos músicos”, afirma.
André já está morando em Lyon e permanecerá lá por pelo menos três anos, duração do curso de graduação. Para os interessados em seguir o caminho da música histórica, o jovem músico aconselha: “Procure conhecer o repertório e os grupos dedicados a ele. Se o estudo da música antiga vier como uma necessidade para a interpretação dela, muito provavelmente o resultado será bom. A música passa a fazer sentido.”
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