A obra Os mitos e lendas do Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda, de Rick Wakeman, apresentado no dia 3 de outubro no Auditório Ibirapuera – Oscar Niemeyer, foi a quarta participação de André Matos junto com a Banda Sinfônica Jovem do Estado. Em 2012, ele integrou o elenco da peça Viagem ao Centro da Terra, também composta pelo ex-tecladista do grupo de rock progressivo Yes. Já nos anos de 2006 e 2013, o vocalista foi um dos integrantes da obra Tommy, do The Who.
“É sempre um grande prazer participar junto com a Banda Sinfônica Jovem do Estado, pois viramos grandes parceiros. Já tive a oportunidade de participar de outras três vezes e é sempre maravilhoso”, conta o ex-vocalista das bandas Viper, Angra e Shaman.
Visto como um grande ídolo para os bolsistas da Banda, que sempre se emocionam ao se apresentar com o vocalista, André Matos conta que viveu uma situação parecida aos 14 anos, quando idolatrava o vocalista do Iron Maiden, Bruce Dickinson. Matos foi no show do grupo britânico no Rock in Rio de 1985 e, uma década depois, dividiu o palco com seu ídolo. “Tocar com o Bruce foi muito legal. Eu não acreditava, pois ele era meu grande ídolo e foi o cara com quem comecei a me basear na música. Isso eu não escondo. Falei com ele com o maior prazer, assim como os bolsistas também não têm receio de falar que gostam do meu trabalho”, conta.
Quando foi chamado para se apresentar com a Banda Sinfônica Jovem do Estado a obra Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda, de Rick Wakeman, André conta que reviveu um momento particular de sua infância. Segundo o vocalista, um livro do Rei Arthur, que leu há 32 anos, foi fundamental para se preparar para o concerto da Banda.
“Já que eu iria cantar a obra Rei Arthur, quis relembrar a história com um livro que li na minha adolescência, que era meu livro de cabeceira quando eu tinha por volta de 11 anos. Comecei a ler esses romances de cavalaria muito cedo, pois meu avô tinha uma biblioteca na casa dele e acabou passando vários clássicos da literatura para mim”, revela.
(Foto: Reprodução)
Acostumado a se apresentar com orquestras sinfônicas, como a Filarmônica de Colônia e a Sinfônica de Londres, André Matos disse que participar da Banda Sinfônica Jovem do Estado é completamente diferente, principalmente pela relação que o grupo tem com o rock n roll.
“Trabalhar com a Banda Sinfônica Jovem é excelente, pois eles abrem essa linguagem tão próxima do rock progressivo, que nem é tão parte da minha formação. Eu, inclusive, acabei aprendendo mais de rock progressivo por conta deles. É diferente tocar em uma banda de rock e com a Banda Sinfônica, mas, em alguns momentos são idênticas, pois essa força e essa potência dos músicos envolvem a platéia inteira” diz.
André realizou sua primeira participação com a Banda Sinfônica Jovem do Estado em 2006, quando integrou o elenco que apresentou a obra Tommy, do The Who. Oito anos depois, o vocalista se impressionou com a renovação dos jovens músicos coordenados pela maestrina, Mônica Giardini.
“Essa renovação da Banda Sinfônica Jovem é muito legal. Da primeira vez que participei, fiquei impressionado com a potência deles que, para mim, soa mais potente do que uma orquestra sinfônica. Para quem gosta de rock e gosta de heavy metal, eu aconselho, pois é uma densidade absurda. Quando eles tocam, deixam todos arrepiados e impressionados”, conta.
Além de enaltecer o talento dos bolsistas da Banda Sinfônica Jovem do Estado, André Matos tratou de elogiar os músicos que também participaram como convidados do concerto no Auditório Ibirapuera – Oscar Niemeyer.
(Foto: Adriana Elias)
“O Rubinho Ribeiro, que fez as vozes comigo, é um grande cantor, o Angelo Vizarro Jr. é o melhor narrador do Brasil, o Itamar Colaço, a Lilian Carmona e o Marco Prado são excelentes músicos, além do Theo (Theóphilo Augusto Pinto), que é um tecladista que levou o concerto tocando Rick Wakeman nas costas, o que não é para qualquer tecladista. Eu só conheço duas pessoas que tocam Rick Wakeman: o Theo e o próprio Rick Wakeman. Também tenho que enaltecer os coros", finalizou.
Ao lado do André Matos, o vocalista Rubinho Ribeiro também se impressionou com o talento dos bolsistas da Banda Sinfônica Jovem do Estado. O músico, que já havia participado de outras apresentações com o grupo, não escondeu a ansiedade de subir ao palco apresentando uma obra que admira bastante.
“Sempre acompanhei as obras de Rick Wakeman, mas ser convidado para apresentá-la é muito legal. Apesar de conhecer muito bem as obras do tecladista do Yes, sempre bate uma ansiedade gostosa antes e durante a apresentação com a Banda Sinfônica Jovem do Estado. Quando participei pela primeira vez, senti uma insegurança normal. Agora, só o lado emocional que me acompanha no palco junto com os músicos”, revela.
Já a regente titular e diretora musical da Banda Sinfônica Jovem do Estado, Mônica Giardini, conta que o público tem papel fundamental para a escolha do repertório apresentado pelo grupo. “Reviver o Rei Arthur é o encerramento de uma fase da Banda Sinfônica Jovem do Estado, que marcou época. Espero que a obra continue em nosso programa, pois é uma peça muito solicitada pelas pessoas. Após apresentarmos a peça Viagem ao Centro da Terra, o público pediu para tocarmos o Rei Arthur. As obras que já apresentamos do Rick Wakeman sempre trouxeram muito público para nossos concertos”, diz.
“Lembro-me que há vinte anos, quando a Banda se formou, havia muita desconfiança por parte das pessoas. Agora, já somos vistos com outros olhos”, finaliza a maestrina que está com o grupo desde sua fundação, em 1993.
No próximo dia 2 de novembro, às 19h, a Banda Sinfônica Jovem do Estado reapresenta a peça Os mitos e lendas do Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda no Teatro Polytheama, em Jundiaí, interior de São Paulo.
por Marcus Vinicius Magalhães
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