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Simpósio integra diferentes vertentes da improvisação livre

30 de setembro de 2015

Durante os dias 24, 25 e 26 de agosto, a EMESP Tom Jobim realizou a primeira edição do Simpósio de Improvisação Livre. O evento, que contou com a participação do professor do Conservatório Nacional Superior de Música e Dança de Paris, Vincent Lê Quang, teve oficinas e 12 apresentações musicais que aconteceram no Auditório Zequinha de Abreu (EMESP Tom Jobim) e na Casa do Núcleo.


Crédito da Foto: Adriana Elias

Além de alunos e professores da EMESP, as atividades foram reforçadas com as presenças de alunos da USP, Unesp e Unicamp. “No ano passado, houve um Simpósio de Improvisação Livre na Unesp. Alguns alunos da EMESP participaram, mas, na ocasião, só houve palestras. Neste ano, aqui na EMESP, tivemos a possibilidade de convidar alunos dessas três universidades e ainda fazer com que todos tocassem em conjunto no auditório da escola e na Casa do Núcleo”, conta o professor de arranjo e harmonia da EMESP, Alex Buck.

Muitas das atividades contaram com a participação especial de Vincent Lê Quang, professor do Conservatório Nacional Superior de Música e Dança de Paris. Vincent, que também ministrou oficina para os alunos, elogiou o talento dos jovens brasileiros no que se refere à improvisação de sons. “A dinâmica foi muito boa. Os brasileiros têm sonoridade própria, sabendo que podem tocar mais alto que os outros, mas que fazem isso com um propósito. Quem está tocando, tem por objetivo preparar a entrada do próximo, assim como um regente faz com uma orquestra”, conta o professor do conservatório francês.

Aluno de improvisação livre contemporânea na EMESP, César Martini enalteceu a experiência de participar do Simpósio. O musicista, de 31 anos, teve aulas com Dimos Goudaroulis, no início do ano, e hoje tem Alex Buck como professor. “A experiência durante o Simpósio foi incrível, tínhamos aulas de manhã, apresentações à tarde na Emesp e à noite na Casa do Núcleo. Tudo ao que pude assistir foi muito bom. A seleção das apresentações foi muito bem pensada, mostrando várias vertentes da improvisação da música livre e contemporânea. A iniciativa da Emesp é fundamental. Ficou claro para todos os envolvidos da necessidade de fomentar a discussão e, principalmente, a prática da Improvisação Livre. Já estou esperando o próximo Simpósio e também qualquer atividade artística ou pedagógica voltada para a improvisação”, conta o aluno.

“Foi muito bom tocar com pessoas de diversas instituições, cada uma tem uma abordagem e cada pessoa traz sua história ao tocar, foi muito enriquecedor. O Vincent realizou exercícios ótimos para a prática, com foco nos diferentes tipos de audição. Improvisou conosco e também fez comentários e analogias que expandiram meu entendimento sobre a improvisação. E, com muita generosidade, deixou todos nós à vontade. O concerto dos professores com o Vincent foi inesquecível”, completa.


Crédito da Foto: Karin Fernandes

Coordenador da área erudita da EMESP Tom Jobim, Gustavo Barbosa Lima comentou sobre a troca de experiência entre a metodologia aplicada nas instituições de ensino envolvidas no Simpósio, enaltecendo o espaço que as escolas dão para a improvisação livre. “Nós observamos que existe uma convergência desses trabalhos. A improvisação livre está sendo feita em diversos lugares e em diversos contextos, inclusive no Conservatório de Paris. Eles já fazem isso há um pouco mais de tempo do que nós. A improvisação não está sendo usada só com uma função artística, mas com uma função pedagógica muito forte também”, conta.

Já o coordenador artístico-pedagógico Paulo Braga usou o termo “provocação” para resumir o significado da improvisação na música. “A improvisação livre está presente há muito tempo na história da música. Eu acho que a escola é o lugar em que é possível ter esse laboratório para arriscar e provocar o público que ouvirá sua música, pois, muitas vezes, o mercado é muito restritivo. Sendo assim, a escola é um espaço muito interessante de se fazer improvisação”, explica.

“Durante as apresentações, os alunos inventaram instrumentos, inventaram uma forma nova de tocá-los e descobriram as possibilidades sonoras que esses instrumentos podem oferecer. Isso é muito rico, pois se começa a derrubar uma serie de clichês que são fundamentais para formar músicos criadores. Isso é um diferencial da EMESP”, completa.

Os três dias de evento do Simpósio de Improvisação Livre aconteceram nos períodos da manhã e tarde no Auditório Zequinha de Abreu. Durante a noite, a Casa do Núcleo recebeu as apresentações dos grupos artísticos. Participaram das atividades, alunos de improvisação livre dos professores Alex Buck e Gustavo Barbosa Lima, alunos do Grupo Contemporâneo da professora Sarah Hornsby. Além das apresentações dos músicos Thomas Rohrer, Philip Somervell, Toninho Ferragutti, Paulo Braga, Alex Buck, Ricardo Herz, Gustavo Barbosa Lima, Rogério Costa, Cesar Villavicencio, Manu Falleiros e dos grupos Trio Universos e The Field of likely flowers 2 – Meridianos Táteis.

Clique aqui e confira as fotos das apresentações do Simpósio de Improvisação Livre

 

por Marcus Vinicius Magalhães

 

 

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