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Representantes de instituições francesas de música visitam o Programa Guri

03 de julho de 2012

Intenção é formalizar parceria nos moldes da que existe com a Juilliard School; Estrangeiros se demonstraram impressionados com a magnitude do projeto

No início do mês de junho, integrantes de quatro importantes instituições francesas ligadas ao ensino artístico e musical vieram ao Brasil para conhecer as atividades pedagógicas desenvolvidas no Programa Guri. A visita é fruto de um relacionamento da Santa Marcelina Cultura com o Conservatório de Paris e pretendeu expor aos estrangeiros a metodologia utilizada no trabalho com crianças adolescentes.

Os franceses Gretchen Amussen, do Conservatório de Paris, Bruno Messina, do Festival Berlioz, Giles Delebarre e Jean-Michel Cougourdan, do Cité de La Musique, e Pascal Payen, do Conselho Regional dos Rhônes-Alpes, seguiram um roteiro de uma semana na capital de São Paulo. Além de visitarem alguns polos de ensino do Guri, eles tiveram um encontro com o secretário de Cultura do Estado, Marcelo Araújo, fizeram um tour no Sesc Belenzinho e viram apresentações musicais na EMESP Tom Jobim.

A impressão de Giles Delebarre, coordenador de um projeto social com a mesma proposta do Guri na França, é a de que a estratégia do programa brasileiro é “extremamente inteligente”. Para ele, “integrar o lado cultural com a parte social é muito interessante e parece ter um ótimo resultado”.

A diferença de tamanho entre as duas iniciativas é algo que impressionou Delebarre e os colegas de intercâmbio. Enquanto o Guri atende 13,5 mil crianças na capital e grande metrópole de São Paulo, o Demos – nome dado ao projeto francês – abrange menos de mil, no total. “Não estamos preocupados em fazer algo tão grande até porque já há vários institutos de música que promovem trabalhos sociais”, diz. “A intenção é aproveitar o que há de positivo no Guri. O ponto principal dessa visita é conseguir trocar experiências”, completou.

A intenção da Santa Marcelina Cultura, organização social que faz a gestão do Guri, é formalizar a parceria com o conservatório, que é considerado um dos maiores centros de ensino musical do mundo. O modelo seria parecido com o da Juilliard School: visitas ao Brasil de professores e alunos de mestrado do conservatório duas vezes ao ano, assim como a ida de profissionais do Guri para atividades em Paris.

O coordenador da área de Relacionamento Institucional Maurício Cruz observa que esse relacionamento com instituições francesas faz parte de uma proposta mais ampla de internacionalizar parcerias. “O interessante é que estamos em um momento em que somos capazes de trocar conhecimentos em pé de igualdade. Não é como antes, quando tudo o que vinha de fora era considerado um padrão fixo de qualidade. Estamos exportando nossas experiências, principalmente na área das tecnologias sociais”, analisa Cruz.
 

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