Durante um ano, projeto envolveu crianças e adolescentes de 20 polos de ensino musical, instruídos por educadores a desenvolverem reflexões acerca da realidade social
Alunos de diferentes polos do Guri que participaram do projeto Formação para o Protagonismo Juvenil organizaram uma Mostra Cultural que sintetizou o resultado de um ano de atividades com o intuito de proporcionar o conhecimento de problemáticas sociais e a intervenção comunitária. O evento foi realizado no polo Brooklin, num sábado à tarde inteiro preenchido por conversas, apresentações musicais e uma exposição fotográfica.
A ideia de organizar uma mostra com as ações dos alunos está presente desde a concepção do projeto. O objetivo foi compartilhar as experiências entre os diferentes grupos de trabalho formatados em agosto do ano passado, quando os trabalhos tiveram início. Para Maria Stela Graciano, coordenadora da ONG Instituto Macuco, parceira do Guri na execução do Protagonismo, “o resultado superou as expectativas”. “A análise da realidade que os alunos fizeram através das fotos demonstra o que é ser protagonista”, comenta.
Além das fotografias, que são o registro de todo o processo de discussões e intervenções ocorridas no decorrer do projeto, a Mostra Cultural também abriu espaço para recitação de poema, freestyles de hip-hop, contação de histórias e apresentações instrumentais e de canto.
A estudante de violino Isabela Cristina Moura, 14, acredita que a experiência de ter participado do projeto “ajudou a abrir os olhos para o que estava na minha frente”. Utilizando-se das reflexões desenvolvidas com os colegas, ela se sente segura, por exemplo, para comentar as manifestações de rua que movimentaram o País no mês de junho. “As pessoas foram às ruas protestar, saíram de seus confortos. A gente tem voz, não se acomodou”, diz.
A colega Flavia Zirelly, também aluna de violino, conta que fez um projeto denominado “Sacudindo o Jaguaré”, que propunha a afixação de cartazes com temas sociais nas ruas e interação com a população. “Teve gente que apareceu para olhar o que estava acontecendo e algumas até participaram”, lembra.
“Um dos objetivos do projeto é contribuir para a formação político-pedagógica dos adolescentes”, explica Maria Stela. Ela também pontua que é importante que os jovens conheçam como atuam, quais são os objetivos, como se organizam os projetos sociais, de maneira que possam “se engajar em lutas atreladas aos territórios em que estão inseridos”.
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