Alunos da Orquestra de Cordas Infanto-Juvenil botaram o pé na estrada em outubro e viveram cinco dias de atividades pedagógicas, artísticas e culturais na capital paranaense. Grupo fez concerto ao lado de um grupo de choro e voltou para São Paulo fortalecido pela união.
Foi uma viagem para ficar marcada na história da vida dos integrantes da Orquestra de Cordas Infanto-Juvenil. Cinco dias de atividades que valeram pelo ano, como explicaram alguns dos 40 alunos do Guri que participaram da empreitada. O grupo saiu de São Paulo em 18 de outubro, e seguiram, em dois ônibus, para Curitiba na primeira viagem da Orquestra de Cordas desde que foi criada em 2010.
Na programação estavam marcados ensaios, um concerto no Teatro da Reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR), aulas e visitas aos principais pontos turísticos da cidade que é conhecida por ser a mais arborizada do País.
A viagem surgiu a partir de um convite de intercâmbio da Fundação Cultural, entidade ligada à prefeitura de Curitiba que administra o Conservatório de Música Popular Brasileira (MPB). A instituição curitibana escalou seu Conjunto de Choro do Conservatório para se apresentar no concerto ao lado da Orquestra de Cordas. E ofereceu aos alunos do Guri uma palestra sobre a história da música popular brasileira.
Na sexta, primeiro dia de atividades em Curitiba, o grupo realizou ensaios o dia inteiro, com o Conjunto de Choro, formado por alunos de prática de conjunto do Conservatório, além das atividades sociais. No sábado, 20, dia de concerto, os alunos assistiram a uma aula sobre a história da música popular brasileira no Conservatório, que fica em um prédio reformado no centro histórico de Curitiba. Organizada por Sérgio Albach, clarinetista e coordenador de música popular da Fundação Cultural, que estava acompanhado pelo violão 7 cordas de Lucas Melo, a palestra apresentou um panorama sobre os ritmos e compositores que marcaram os últimos 100 anos de história da MPB.
À tarde, estava marcado o principal evento da viagem: o concerto no Teatro da Reitoria da UFPR. A comunidade curitibana, que soube da apresentação por meio de anúncios nas principais rádios locais e praticamente lotou os 700 lugares do teatro recebeu calorosamente a Orquestra que, entre outras obras, apresentou Pequena Serenata Noturna de Mozart. Ao lado do Conjunto de Choro da Fundação executaram obras primas do choro compostas por Anacleto de Medeiros e Jacob do Bandolim, numa apresentação que durou ao todo certa de uma hora.
Para Carlos Alexandre da Silva, aluno de violoncelo do Polo Pera Marmelo desde 2008, o concerto foi o ponto alto da viagem. “Eu estava focado, desde que cheguei a Curitiba, em fazer uma boa apresentação, depois foi brincar”, explica. Gabriela Carolina, aluna de violoncelo do Polo Julio Prestes, considerou os ensaios e o concerto “momentos bem diferente do que estamos acostumados. Gosto muito de MPB e sempre sonhei em tocar ao lado de um grupo de choro”, comentou pouco antes de subir ao palco. Na plateia, quem não tirava os olhos da guria era o primo da mãe de Gabriela, Luis Panhoca, professor de contabilidade da UFPR há 15 anos que, ao lado da esposa, foi conferir o concerto e aprovou o que viu: “é uma coisa bem legal o que vocês fazem, ver esses jovens tocando de uma forma tão espontânea e tranquila, como gente grande”. Também compareceu ao concerto Mirian Lima Monteiro, tia da Sara Nojosa, que com 11 anos, é a mais nova integrante do grupo. Mirian não via a sobrinha havia mais de sete anos.
No domingo, os guris aproveitaram o dia ensolarado para conhecer a capital paranaense. Pela manhã foram ao Teatro Guaíra, o mais importante espaço cultural da cidade, acompanhar o desempenho da Orquestra Sinfônica do Estado do Paraná, regida pelo maestro John Neschling. À tarde, visitaram o Jardim Botânico, Ópera de Arame e o Museu Oscar Niemayer, onde acompanharam o espetáculo Brasileirinho 100 Gonzagão, em homenagem aos 100 anos de nascimento de Luiz Gonzaga, realizado pelo Coro Infantil do Conservatório.
Para Suelen Santos Souza, aluna de violino do Polo Casablanca, a viagem teve vários significados, “Nesse dias tivemos uma afinidade maior e todo mundo começou a se entrosar mais do que quando ensaiamos de sábado”, comentou. Foi a mesma opinião compartilhada por Lucas Manoel Cavalcanti da Silva, aluno de violino, onde cada um leva uma lição “tanto de convívio social como musical”.
Aline Sardão, supervisora pedagógica do Programa e regente da Orquestra de Cordas destacou muitos aspectos positivos da viagem: “Foi a primeira vez que estivemos em outro estado, onde fomos muito bem acolhidos. E interagimos com músicos que tocam outra linguagem musical. Foi muita experiência nova ao mesmo tempo e tudo deu muito certo”, aponta. Para ela o destaque do conjunto é a maturidade dos alunos que os alunos foram ganhando nesta temporada. “É impressionante. É comum ver os mais velhos acolherem os mais novos, no momento de estudo um ajuda o outro e todos estão mais maduros como músicos, com concentração e foco no que fazem. Tecnicamente eles cresceram bastante”. O grupo retornou a São Paulo na manhã de 22 de outubro. Para quem acompanhou as viagens de ida e volta, era evidente perceber como o grupo estava mais integrado e feliz.
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