Primeiro brasileiro a vencer o concurso cria “vaquinha” virtual para financiar a sua viagem à Portugal e assistir a estreia de sua peça
Natural de Osasco (SP), o jovem clarinetista e compositor Gabriel Duarte da Silva conquistou o primeiro lugar no 4º Concurso de Composição para Flautas Transversais, na categoria solo para flauta alto, baixo ou contrabaixo, com a peça br[asas] n.2 para flauta em sol. A premiação da Academia de Flauta de Verão da Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo de Porto, Portugal, que em 2017 será realizada entre os dias 24 e 29 de julho, concede edição e publicação da obra pela Scherzo Editions; estreia da obra durante a 5º Academia de Flauta de Verão; gravação áudio/vídeo da estreia; e 100 euros. Como o valor do prêmio é simbólico, Gabriel precisa de ajuda para financiar sua viagem à Portugal. Por isso, criou uma “vaquinha” virtual que pode ser acessada no link https://goo.gl/sKk9Tz. É possível contribuir com qualquer valor por meio de cartão de crédito ou boleto bancário.
Inspirada no poema O Vento, de Cecília Meireles, a peça br[asas] n.2, vencedora do concurso, integra a coletânea br[asas] e foi escrita em cinco meses – de novembro de 2016 a março de 2017, com a ajuda do professor de composição da EMESP Tom Jobim, Rodrigo Lima. “O professor Rodrigo conduziu todo o processo de composição da obra, mas me deu total liberdade para escrever a peça do meu jeito, com a minha identidade”, explica.
Segundo Gabriel, criatividade e espontaneidade são essenciais nos processos composicionais, e foi com essas premissas que criou as peças de sua coletânea que faz alusão ao conceito “asas do Brasil” e valoriza as manifestações artísticas brasileiras. Além da peça br[asas] n.2, o jovem já compôs br[asas] n.1 para violoncelo, inspirada no poema Aprendizado, de Ferreira Gullar, e br[asas] n.3, baseada em obra de Vinícius de Moraes. “É preciso valorizar o que é nosso”, destaca Gabriel ao citar suas influências musicais – Tom Jobim, Camargo Guarnieri, Villa-Lobos, Gilberto Mendes, etc.
Aluno de composição musical, orquestração e arranjo na EMESP Tom Jobim, o jovem recebe orientação dos professores Rodrigo Lima (composição), André Ribeiro (composição) e Carlos Iafelice (orquestração e arranjo), e destaca a importância de seus pais e professores em seu desenvolvimento pessoal e profissional.
Gabriel se recorda dos ensinamentos de Rafael Galhardo, seu professor de clarinete, que o ensinou a sempre dar o seu melhor, ter humildade, manter os pés no chão e nunca duvidar ou subestimar a capacidade de alguém. Já com o professor André Ribeiro, aprendeu que o processo de composição deve ser mais natural e criativo, e menos racional. “Aprendi com ele a mudar a concepção ao escrever uma música, não pensar exclusivamente em notas, mas sim no gesto musical”, afirma. Além de frequentar os cursos da EMESP Tom Jobim, o jovem é graduando em Música com ênfase em Composição Musical pela Universidade de São Paulo (USP).
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