O workshop visa transmitir os conhecimentos básicos de como a viola é tocada no sertão mineiro.
Ponteando sua viola em rio abaixo, Paulo Freire trata dos seguintes assuntos:
Partindo da história de seu aprendizado, no sertão do Urucuia, noroeste de Minas Gerais, região que inspirou Guimarães Rosa a escrever o romance “Grande Sertão: Veredas”, Paulo vai mostrar o mundo que cerca a viola – desde o santo padroeiro dos violeiros (São Gonçalo, que também é santo da fertilidade e protetor das prostitutas), até o famoso pacto com o diabo.
No sertão, Paulo Freire tornou-se discípulo de Manoel de Oliveira, o mestre Manelim, principal referência violeira do norte mineiro. Morou na casa do mestre, trabalhou em sua roça, enquanto aprendia na beira do cerrado as vertentes e afluentes da viola na afinação rio abaixo – por muitos considerada como a afinação do capeta… Vai ouvindo!
O evento mostrará a importância fundamental dos “toques de viola” para o aprendizado violeiro. São músicas instrumentais criadas a partir da observação e convivência do sertanejo com os fenômenos da natureza, como o toque do Papagaio, da Inhuma, a corrida do Sapo e o Veado, entre outros.
Violeiro e compositor. Filho do psicanalista e escritor Roberto Freire (1927-2008), começa a tocar violão aos 14 anos por influência do irmão, o músico Tuco Freire (1954-2015). Em 1973, estuda guitarra no Centro Livre de Aprendizagem Musical (Clam) 1, que lhe abre os ouvidos para a música instrumental brasileira. Em 1977, sob influência do romance Grande Sertão: Veredas (1956), de Guimarães Rosa (1908-1967), muda-se para a região do rio Urucuia, Minas Gerais, onde aprende viola com Mestre Manelim (Manoel de Oliveira). Ao retornar a São Paulo, em 1980, aperfeiçoa-se no violão com Henrique Pinto (1941-2010). Entre 1981 e 1984, estuda em Paris com o violonista uruguaio Betho Davesaky.
De volta ao Brasil, compõe trilhas sonoras para as séries da Rede Globo de televisão: Malu Mulher (1979-1980), Obrigado, Doutor (1981) e Grande Sertão: Veredas (1985). Nelas, dá destaque para a viola, seu instrumento principal. Em 1993, compõe para o programa Globo Rural. O primeiro disco, Rio Abaixo: Viola Brasileira (1995), recebe o Prêmio Sharp de revelação instrumental. O segundo, São Gonçalo (1998), mescla música e contação de histórias, marca de seu trabalho. Em 2000, lança o independente Lambe Lambe, disco encartado no livro com faixas autorais como “Manuelzão”, “Lagoa Encantada” e “Seu Téo”. Em 2003, cria o selo Vai Ouvindo e, por ele, produz o coletivo Esbrangente, com Roberto Corrêa (1957) e Badia Medeiros (1940), o infantil Brincadeira de Viola e o eclético Vai Ouvindo, com algumas de suas canções. Do mesmo selo são Redemoinho (2007), e o CD-livro Nuá: As Músicas dos Mitos Brasileiros (2009).
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