Santa Marcelina Cultura

MENU

NOTÍCIAS

Orquestra Jovem do Estado: uma experiência para a vida inteira

28 de abril de 2010

A Orquestra Jovem do Estado iniciou sua temporada 2010 na Sala São Paulo, no último domingo, com a estreia de boa parte de seus bolsistas para um público de quase 700 pessoas

Familiares e muitos convidados compareceram em peso à Sala São Paulo num domingo (25/04) em que a final do campeonato paulista concorria, no mesmo horário, com o Concerto de Abertura da temporada 2010 da Orquestra Jovem do Estado. Mas isso não atrapalhou. O motivo, claro, era a estreia de muitos jovens bolsistas, que se apresentavam pela primeira vez com a Orquestra, e em grande estilo: na Sala São Paulo, maior e mais moderno espaço para concertos do País.

Juliana Leal Lima, 18 anos, estudante de violoncelo há cinco anos na Tom Jobim EMESP subiu ao palco pela primeira vez junto com a orquestra e comemorava a experiência “que a gente leva para a vida inteira”. Para a equatoriana Monica Navas, 22 anos, estudante da USP e bolsista de percussão, o desafio foi o tipo de música tocada. Parade, balé de Eric Satie, de 1917, utiliza diferentes instrumentos como uma máquina escrever, sirenes e uma bacia de água que ficam à frente da orquestra. “Foram instrumentos super inovadores para a época, que exigem bastante da gente, pois temos que saber o momento de ir à frente tocar e voltar.”

Na plateia, com 680 pessoas, estavam os quatro irmãos de Denise de Oliveira, 18 anos, bolsista e estudante de violino na Faculdade Cantareira. Elielma, Aliá, Oséas e Jonas, também estudantes de música, acompanhavam atentos cada movimento da irmã em sua primeira apresentação. Já Aparecida dos Santos Filho, mãe de André dos Santos Silva, viu, feliz e emocionada, seu filho pela primeira vez no naipe de violinos. “Estou sem palavras, foi lindo o concerto. Eu também estreiei aqui na Sala São Paulo.” As histórias se repetiam, como no caso de dona Célia, mãe de Leandro Conti Febras, 20 anos, bolsista trombone tenor, de Elisabete Nagumi Abe, mãe de Danilo Takeshi, de 18 anos, ou de Kevelin Alves Moreno, namorada de Vinicius Henrique Oliveira, também 18 anos, entre tantas histórias de encantamento, admiração e aprovação.

Além de curtir a estreia dos jovens, o público também aprovou o repertório e o desempenho do maestro João Maurício Galindo. “Gostei da didática do maestro, que explica o sentido das coisas e a gente tem noção do movimento de época”, comentou Elisabete após a apresentação. Segundo Galindo, a maior parte do público brasileiro que gosta de música clássica não conhece o repertório, “e isso não é demérito nenhum. O fato de querer conhecer é muito bom, então eu conto as histórias”. Ele acredita que com isso a Orquestra Jovem está criando um público para a música clássica em São Paulo.

O maestro está apostando na qualidade da programação deste ano. “Teremos muitos bons convidados, como, por exemplo, um solista da Concertgebouw de Amsterdã, a maior orquestra do mundo hoje, o violinista Daniel Guedes, o quarteto de cordas do Rio de Janeiro, o regente Guilherme Mannis, tudo gente do primeiro time.” Galindo lembra, ainda, que neste ano a Orquestra Jovem estreia uma peça do compositor Eduardo Leandro, Cantata da Internet, e vai apresentar a Sinfonia nº 9 em Mi menor (Op.95) de Dvorák, conhecida como Sinfonia do Novo, no Festival de Campos do Jordão. “Hoje eles tocaram muito bem, tivemos um público muito bom, e está todo mundo sorrindo, se cumprimentando. Quem veio passou uma tarde gostosa”, avaliou o maestro.

Desafio
O grande desafio estava nas mãos da pianista Telma Sousa, que substituiu a convidada suíça Marija Bokor, impedida de se apresentar devido às restrições no tráfego aéreo europeu  na semana que antecedeu o concerto. “Fiquei sabendo na quarta à tarde e tive que desmarcar meus compromissos para estudar bastante, porque já na sexta-feira tinha um ensaio geral. Mas deu tudo certo”, revelou Telma. Valeu o esforço. Aos 26 anos, ela estreou na Orquestra Jovem depois de um ano como bolsista da Banda Sinfônica do Estado. “A Telma começou muito bem, tocou lindamente e foi super aplaudida. Só aconteceram coisas boas hoje”, comemorou o maestro.

Programa

L. VAN BEETHOVEN
Concerto para Piano nº 1 in (Op.15)

R. SCHUMANN
Abertura Braunt Von Messina (Opus 100)

D. D’INDY
La Forêt Enchantée (Opus 8)

E. SATIE
Parade

Foto: Waldo Lao

Este site utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com tal monitoramento. Consulte a Política de Privacidade para obter mais informações.