Para disseminar a importância de ações preventivas, o Serviço Social e Monitoria do Polo Achiropita (CEDO) elaboraram uma série de atividades socioeducativas com os alunos do Guri, sobre o abuso e exploração sexual infantil, na Copa do Mundo do Brasil.
Com o objetivo de alertar os alunos e pensar em estratégias comuns de prevenção, Débora Pereira, assistente social do polo Achiropita, CEU Capão Redondo e CEU Vila Rubi e Stella Chargas, monitora do polo Achiropita fizeram rodas de conversas, dinâmica de grupo e apresentações para discutir sobre os riscos do aumento da exploração sexual de crianças e adolescentes, em função do fluxo turístico gerado durante a Copa do Mundo, além de sanar as principais dúvidas sobre o tema.
"Houve manifestação de grande interesse por todos os participantes em relação ao tema e participação positiva de todo o grupo, empenhados na prevenção. Os adolescentes conseguiram compreender a diferença entre pedofilia, abuso e exploração sexual infantil. Como ocorre o tráfico de pessoas para fim sexual, pornografia, assédio, relacionando os respectivos temas ao momento que o Brasil sedia um grande evento mundial e, que os índices dessas e outras violações aumentam drasticamente", explica Débora.
Segundo a Brunel University de Londres e outras pesquisas associadas sobre o aumento de casos de exploração sexual de mulheres e crianças em sedes de grandes eventos esportivos, na Copa da África do Sul, em 2010, foram registrados 40.000 casos de exploração infantil (aumento de 63%) e 73.000 ocorrências de abusos contra mulheres (83% a mais) nos dois meses entre a chegada das delegações, os jogos e o término do evento. No Mundial da Alemanha, por exemplo, foram contabilizados 20.000 casos contra crianças (aumento de 28%) e 51.000 contra mulheres (49% a mais).
No Brasil, o Ministério do Turismo, faz uma campanha especial para a Copa com cartazes, folhetos e guias em três idiomas, distribuídos pelos aeroportos, além de planos de ação nas 12 cidades-sede da Copa para o combate à exploração sexual infanto-juvenil.
"A monitora e a assistente social explicaram para gente tudo sobre o assunto e, assim nós fizemos grupos e tentamos repassar o que tínhamos aprendido para os alunos mais novos. A gente pensa que sabe de tudo, mas não é verdade. Foi um ótimo conhecimento para minha vida", comenta a aluna de Madeiras, Fania Ferreira da Silva, 14 anos.
E, aos gritos "Queremos proteção", enceraram a atividade com uma caminhada bastante animada, dia 11 de junho, da Achiropita (CEDO) até o vão do MASP (Museu de Arte de São Paulo), na Avenida Paulista, portando cartazes e entregando folhetos informativos para os pedestres que caminhavam pela região.
"Meus pais acharam importante eu participar da caminhada e multiplicar o conhecimento que aprendi no Guri, já que nem todos têm o mesmo ensino que eu. É legal ver que enquanto uns protestam com violência, a gente protesta por algo importante e tão pouco divulgado", diz a aluna de Trompete, Joyce Isidoro, de 14 anos.
"Finalizar com a caminhada até a região da Paulista faz parte do exercício da cidadania ativa dos adolescentes, além de disseminar a importância de ações preventivas, tanto dos órgãos competentes, quanto da população, das famílias e dos próprios alunos, usando a maior ferramenta que temos no combate ao abuso e a exploração sexual infantil: a informação", finaliza Débora.
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