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Orquestra Sinfônica do Guri brilha em concerto de estreia

03 de agosto de 2012

Após um ano treinando um repertório complexo que inclui peças de Beethoven e Bizet, grupo se apresenta no Masp para convidados e visa estabelecer-se no cenário musical

O mês de julho deste ano ficará na memória de meninos e meninas integrantes da Orquestra Sinfônica Infanto-Juvenil do Guri. No dia 18, eles fizeram a estreia oficial do grupo na temporada 2012, no grande auditório do MASP, aos olhos de quase 400 pessoas, sob regência do experiente maestro norte-americano George Stelluto. Patrocinadores, apoiadores e parceiros do projeto estiveram presentes no concerto e puderam conferir também a exposição de instrumentos montada no saguão do museu.

Logo nos primeiros minutos de apresentação, na primeira fala, Stelluto foi direto ao ponto: “Gostaria de apresentar a vocês uma nova orquestra: a Orquestra Sinfônica do Guri”. Aplausos longos e emocionados sucederam a introdução. Nas poltronas do auditório, além de nomes importantes como o do secretário da Cultura, Marcelo Araujo, e do diretor artístico da Santa Marcelina Cultura, Paulo Zuben, estavam familiares e amigos dos guris, elementos fundamentais para dar apoio ao caminho musical.

Para Rita de Lima Pereira, mãe da flautista Cassia de Lima Pereira, o projeto ajudou a garota a se desenvolver como ser humano. “O Guri não ensina só a aprender música. Vai muito além disso. Lá, se aprende a ser um cidadão com responsabilidades”, observou. “É muito bom ver o nosso filho num caminho bom, onde tem um leque de opções para ela se desenvolver e seguir carreira”, disse a mãe, que se sentia orgulhosa em ver a filha tocando ao lado de um músico renomado.

Ao término do concerto, Nilza de Albuquerque, mãe da spalla da orquestra, a violinista Jessika de Albuquerque, disse que só “tinha a agradecer por todas as oportunidades”. Segundo ela, a menina sempre foi “muito determinada, mesmo passando apuros, achava que tinha que seguir em frente”. Quando soube da vinda do maestro ao Brasil, Jessika ficou super animada pois já tinha referência de experiência anterior, quando participou de master class com músicos da Juilliard School, escola da qual Stelluto faz parte.

A visita do músico está inserida dentro de uma programação de atividades de intercâmbio entre Juilliard e Santa Marcelina Cultura. Este é o terceiro ano de parceria das duas instituições, com vistas a promover a troca de conhecimentos e especializações. Em junho, o Quinteto de Cordas da Juilliard tocou com a Orquestra de Cordas do Guri, entre outras ações.

Para a Orquestra Sinfônica, ter a presença de um nome de peso à sua frente é um momento de coroação de um trabalho que de amadurecimento que vem sendo realizado. O grupo está ensaiando o mesmo repertório com o coordenador pedagógico do Guri, Ricardo Apezzato, há mais de um ano. O objetivo maior é proporcionar um padrão de excelência no aprendizado, assim como ocorre em escolas tradicionais. Na opinião do diretor-artístico Paulo Zuben, o processo é similar ao da Orquestra Jovem do Estado, da EMESP.

A orquestra do Guri, formada por 60 alunos de 12 a 18 anos, interpretou obras de Sibelius (Finlândia), Bizet (Suíte Arlesianas nº 2) e Beethoven (Sinfonia nº 1). “Executar essas peças está sendo um grande desafio para os nossos alunos. Elas são particularmente boas para se trabalhar a sonoridade do grupo, a articulação das frases e a dinâmica, elementos essenciais para o amadurecimento musical deles, individual e coletivamente”, explica Apezzato.

O maestro da Juilliard passou duas semanas ensaiando com os guris. Em entrevista no dia da última passagem de som antes do show, disse que era possível notar evolução diária nas peças executadas. E comentou sobre o perfil da turma: “Eles são ávidos por aprender e tem uma atitude positiva. São deslumbrados com a música em suas vidas, mas ao mesmo tempo, interessados em se tornarem músicos profissionais. Essa é uma ótima combinação”, disse. 

Para Stelluto, as orquestras servem de exemplo para o funcionamento de uma sociedade. “Todos estão trabalhando juntos em prol de um grande propósito. O esforço individual dá suporte ao esforço coletivo. É preciso estar preparado, ser responsável e proativo em uma orquestra para fazer música de qualidade”, explica.

Apesar de bastante rígido nos ensaios, o norte-americano se mostrou aberto e se deixou envolver com os adolescentes. No palco, estava sorridente. Entre uma música e outra, declarou: “Para mim é uma honra fazer o concerto de estreia dessa orquestra”.

Instrumentos musicais

O concerto teve também a entrega simbólica e uma exposição de instrumentos musicais, que a partir de agora ficarão nas mãos dos alunos dos grupos para o estudo em casa. O projeto é fruto de uma parceria com Instituto Camargo Correa, Banco Safra, que investiram R$ 453 mil na compra de flautas, clarinetes, saxofones, violinos e violões, que beneficiarão 562 alunos. Os acessórios foram doados pela fabricante Barkley.
 

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