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Camerata Aberta apresenta concerto Concordanza no Sesc Consolação

28 de maio de 2013

No dia 18 de junho, terça, às 20 horas, no Sesc Consolação, a Camerata Aberta – grupo estável de professores da  EMESP Tom Jobim, instituição do Governo do Estado de São Paulo e Secretaria da Cultura – apresenta um concerto calcado na composição feminina. O programa traz seis obras da segunda parte do século XX, de compositoras de gerações e procedências distintas. A regência é do americano Joel Sachs, fundador e diretor da New Juilliard Ensemble, a orquestra de câmara da Juilliard School. Sachs, que é pianista, já participou de outras duas apresentações da Camerata, inclusive como solista. 

O concerto abre com Concordanza (1971), obra de Sofia Gubaidulina (1931), nascida na antiga URSS e uma das precursoras da música contemporânea naquele país. Sempre se considerou uma mistura de culturas do mundo, e mistura em sua obra a influencia cristã-europeia com a centro-asiática.  Concordanza foi composta especialmente para o conjunto Musica Viva de Praga,e simboliza um acordo entre os grandes contrastes da composição, entre a oposição de ordem e desordem.

O grupo segue com Concertino (1984-1989), da alemã Ursula Mamlok (1923), que se refugiou do nazismo no Equador e posteriormente transferiu-se para os EUA. A obra apresentada levou cinco anos para ficar pronta e, após alguns ajustes no último movimento, foi executada pela primeira vez pelo New Juilliard Ensemble, grupo criado pelo regente Joel Sachs. O tratamento dado pela alemã em sua composição reflete sua pouco usual reinterpretação das ideias de Schoenberg, Webern e Wolpe.

Ainda, Franghiz Ali-Zadeh (1947), do Azerbaijão, contribuiu para o repertório com Crossings II, de 1993, composta logo após uma guerra que a fez mudar-se para a Turquia. Franghiz mescla em Crossing II a cultura oriental e a escola ocidental de música, compondo um estilo que permite maior liberdade aos músicos. A abertura e seções subsequentes usam imnprovisação heterofônica, típica do mugham (complexa arte azerbaijana que mistura poesia e improvisação musical) estudado ao longo de sua carreira.

Da Polônia, Gra?yna Bacewicz (1909-1969), está entre as precursoras da composição. É graduada no Conservatório de Varsóvia. Fugiu do país durante a Segunda Guerra Mundial. Entre seus 200 trabalhos, Contradizione (1966), surgiu após sua morte; tem um primeiro movimento cheio de elementos contraditórios, seguido por um segundo movimento que contradiz o anterior, justificando ainda mais o título da composição. O objetivo com a obra é provocar uma experiência estética com os elementos usados.

A compositora mais jovem do programa é Helen Grime, escocesa, nascida em 1981. Helen passou por grandes conservatórios e formações. Sua obra, Clarinet Concerto (2009), foi composta a partir de um poema de Baudelaire chamado “La cloche fêlée” (“O sino rachado”). O solo é de Luís Alfonso Montanha. O personagem e o papel interativo do solista e do conjunto são sugeridos pelo poema, que sofreu alterações até chegar à composição de Grime.

Finalizando o concerto, o grupo tocará PerpetuumM (1996-1997), da cubana Keyla Orozco (1969). Estudou em seu país de origem e na Holanda, onde vive, e atualmente tem carreira internacional. Sua obra revela o espírito cubano da compositora.
 

Encerrando o programa, Lidia Bazarian interpreta obra da brasileira Valéria Bonafé (1984), que estudou composição com Aylton Escobar e Silvio Ferraz, e já foi bolsista do Festival Internacional de Campos do Jordão, onde estudou composição com Stefano Gervasoni. A composição faz parte do projeto Do Livro dos Seres Imaginários, de 2010, que reúne peças para piano solo que dialogam com textos de Jorge Luis Borges incluídos no Livro dos Seres Imaginários. A peça será executada por Lidia Bazarian ao piano, e consiste em um espalhamento dos seres pelo material sonoro, impulsionando, envolvendo e modulando cada gesto, mostrando o som e o silêncio como extensão dos seres imaginários.

  

Programa:

 
Regente: Joel Sachs
Clarinete: Luis Alfonso Montanha
 
SOFIA GUBAIDULINA (URSS/Alemanha, 1931-)
Concordanza (1971)
 
URSULA MAMLOK (Alemanha/Estados Unidos, 1923)           
Concertino (1984/1989)
 
FRANGHIZ ALI-ZADEH (Azerbaijão/Alemanha, 1947-)
Crossings II (1993) 
 
 Intervalo
 
VALÉRIA BONAFÉ (Brasil, b. 1984)
Do livro dos seres imaginários para piano solo (2010)
Solista: Lidia Bazarian
 
GAZYNA BACEWICZ (Polônia, 1909-1969)
Contradizione (1966)
 
HELEN GRIME (Reino Unido, 1981-)
Clarinet Concerto (2009)
Solista: Luis Afonso Montanha
 
KEYLA OROZCO (Cuba/Holanda, 1969-)
PerpetuumM (1996-7)
 

Sobre Joel Sachs

Joel Sachs, regente e pianista, faz sua terceira apresentação com a Camerata Aberta. É diretor, fundador e regente do conjunto New Juilliard Ensemble – a orquestra de câmara da Juilliard School – e co-diretor, pianista e maestro do conjunto Continuum de música contemporânea. Já regeu orquestras na Alemanha, Áustria, Islândia, Suíça, Ucrânia, China, El Salvador, México e Mongólia, e já estudou música contemporânea em Berlim, Londres, Salzburgo, Curitiba, Helsinki e no Banff Centre (nas rochosas do Canadá). Como pianista, já tocou em São Paulo, Curitiba, Salvador, Belo Horizonte e Ribeirão Preto, além de países da Europa, Ásia e América Latina. Sachs é também historiador e publicou recentemente a biografia do compositor Henry Cowell, em junho de 2012.

Serviço:

Data: 18 de junho (terça), às 20h

Endereço: Rua Doutor Vila Nova, 145, tel. 3234-3000

Ingressos: R$ 10,00 [inteira]
                   R$ 5,00 [usuário inscrito no SESC e dependentes, +60 anos, professores da rede pública de ensino e estudantes com comprovante]
                   R$ 2,50 [trabalhador no comércio de bens, serviços e turismo matriculado no SESC e dependentes]

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