No dia 10 de setembro, às 16h30, o professor de trombone Silvio Giannetti lança seu primeiro CD independente "Sambas & Choros", em apresentação pela Série Lançamentos, na EMESP Tom Jobim.
O primeiro CD independente do trombonista Silvio Giannetti — "Sambas & Choros" — promete mexer até mesmo com os ouvidos mais distraídos e corações maltratados.
A alegria, malemolência, ginga e a categoria do álbum "Sambas & Choros" de Silvio Giannetti acompanhado de músicos de primeira linha da nossa MPB instrumental é altamente contagiante e têm efeito quase instantâneo. Basta o CD começar a girar e você vai perceber que o seu corpo se movimenta já com outro molejo, sua expressão facial ganha uma certa incontrolável malícia.
São sons que remetem a saraus realizados em tardes quentes de verão em algum quintal — um daqueles com árvores carregadas de jacas, jabuticabas e limões. Sons que atiçam a vontade de procurar a gafieira ou o salão de baile mais próximo. E tem mais: há muito requinte e suavidade rítmica nos sincopados.
Com um primoroso acabamento técnico, o CD tem clássicos da MPB como Bole Bole (Jacob do Bandolim), Se Acaso Você Chegasse (Lupicínio Rodrigues), Faceira (Ary Barroso), Na Glória (Ary Santos e Raul de Barros). “O repertório faz parte da minha trajetória musical, são músicas que gosto de tocar – mas quis incluir também músicas inéditas de amigos“, diz Giannetti. Temos então o choro Dois Amigos de Hudson Nogueira (clarinetista, arranjador, compositor e professor) e Gafieira, de Victor Castellano (violonista, compositor e professor de Música no Conservatório Municipal de Guarulhos).
Um grande sucesso de Zeca Freitas (compositor e saxofonista carioca radicado em Salvador) o choro Alma Brasileira abre o CD que se encerra com E Vamos À Luta, explícita homenagem à Gonzaguinha. Giannetti canta em três faixas – Se Acaso Você Chegasse (Lupicínio Rodrigues), Escurinha (Geraldo Pereira) e Vamos à Luta (Gonzaguinha). A cantora Juliana Amaral canta Faceira, de Ary Barroso.
Quando entrou no estúdio Arsis para gravar, Sílvio Giannetti sabia muito bem o que queria: “um CD que explorasse a versatilidade da nossa música, fosse eclético, fácil de ouvir e gostoso, que pudesse ser apreciado por qualquer pessoa.” Objetivos atingidos com louvor!
Silvio Gianetti
O universo parece ter conspirado para que Silvio Giannetti se tornasse um “obcecado” por música. Na casa onde morou dos seis meses aos 12 anos na África do Sul havia diversos instrumentos musicais espalhados pelos cantos e sua mãe possuía variedade considerável de discos de Beth Carvalho, Clara Nunes, Jair Rodrigues, Benito de Paula. O garoto que sempre gostou de assobiar e cantar teve uma paixão arrebatadora por pelo trombone quando a família, já de volta à São Paulo, foi morar no Cambuci, em um prédio defronte ao Colégio Nossa Senhora da Glória.
Estava na janela do apartamento quando assistiu pela primeira vez o som de uma fanfarra escolar. “Foi uma das sensações mais fortes que tive na vida”, relembra Giannetti. Acabava então de descobrir “o que queria fazer pelo resto da vida!” Entrou na banda do colégio e nunca mais parou. Passou a estudar música por conta própria. De nada adiantou o veto do pai (“queria que eu fizesse curso de eletricista no SENAI”) nem o desejo da mãe (“queria que eu trabalhasse em um banco”). Ficou um mês no SENAI e um no banco, onde pediu demissão.
Aos 17 anos passou a ter aulas no Conservatório Musical Brooklin Paulista, graças a uma bolsa de estudo do seu criador e diretor (1959 até 1997), Sigrido Levental. Foram quatro anos de estudos antes de ingressar na Escola Municipal de Música onde permaneceu por três anos. Giannetti estudava música erudita nos conservatórios mas sempre teve facilidade para tocar música popular.
Neste período o acesso aos métodos e livros de música era muito difícil, então a solução era copiar as partituras do professor e colegas, e paralelamente aos estudos tocava em bailes de formatura e no circuito de clubes paulistanos (Esperia, Juventus, Tietê, Pinheiros, Paineiras do Morumbi, Palmeiras) onde imperavam os bailes: da Primavera, do Havaí, da Cerveja e tantos outros.
Silvio Giannetti já tocou com as mais variadas bandas – de MPB a jazz: Heartbreakers, Paralela, Savana, Aquarius, Sound Scape, Urbana. Durante dez anos tocou no Bar Avenida (festejado salão de dança de São Paulo no bairro de Pinheiros) integrando a Band’Aza do trombonista e band-leader Walter Azevedo. De quinta a sábado a pista ficava cheia para amantes do samba, bolero, ritmos latinos, músicas das big bands americanas.
De formação eclética, Giannetti possui uma notável trajetória pela música erudita. Desde os 16 anos toca em orquestras sinfônicas: Orquestra Sinfônica Jovem do Estado, Orquestra Sinfônica Jovem Municipal, Orquestra Experimental de Repertório (sob regência do maestro Jamil Maluf), 20 anos na Banda Sinfônica do Estado de São Paulo, outros 20 na Orquestra Sinfônica de Santo André e teve também o privilégio de participar de alguns concertos da OSESP, sob a regência de Eleazar de Carvalho.
Entre os anos 2000 a 2001 ele fez pós-graduação na Universidade de Houston, Texas nos Estados Unidos. Paralelamente aos estudos montou um grupo de música brasileira e latina, The Brazucas, tocou com alguns grupos de salsa e, com a banda da universidade tocou com o trompetista Wayne Bercheron, o saxofonista David Libmann, Terence Blanchard (trompetista e co-compositor de várias trilhas sonoras) e com a cantora de jazz Dianna Schurr. Sem contar as aulas particulares que dava em escolas de Houston!
No Brasil, Silvio Giannetti tocou em shows de Rita Ribeiro, Ivan Lins, Bibi Ferreira, Edu Lobo, Hermeto Paschoal, Milton Nascimento, Ivete Sangalo, Zizi Possi entre outros.
ENTRADA FRANCA
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