Produção do Núcleo de Música Antiga da Tom Jobim EMESP pode ser vista nos dias 6 e 7 de novembro no Teatro da Faculdade Santa Marcelina
Um espetáculo que reúne alegorias, mitologia e contextualização histórica. Assim é a ópera barroca Acis e Galatea, de G.F. Haendel (1685-1759), que o Núcleo de Música Antiga da Tom Jobim – Escola de Música do Estado de São Paulo apresenta nos dias 6 e 7 de novembro, no Teatro da Faculdade Santa Marcelina.
Apesar da ópera ser uma invenção do período barroco, é difícil encontrar no Brasil montagens nesse estilo. O espetáculo da Tom Jobim EMESP vai além da interpretação da partitura: reproduz a forma de tocar, as técnicas e toda a retórica da época de Haendel. E não para por aí. Os instrumentos também são os mesmos utilizados nas montagens originais, como violinos, violoncelos e oboés barrocos, teorbas, cravos, entre outros. Tudo isso é resultado de um trabalho pedagógico único no cenário nacional – o ensino das práticas interpretativas da música antiga com instrumentos de época.
O projeto da ópera barroca aglutina todas as atividades desenvolvidas durante o ano pelo Núcleo de Música Antiga da Tom Jobim EMESP, que existe desde 2007. A equipe de professores, de atuação internacional, realiza um trabalho que espelha o currículo das mais conceituadas instituições europeias. Assim, os aspectos histórico, social, filosófico, artístico e até mesmo o humano são componentes basilares da proposta. “A apresentação de uma obra dramática e musical de quase 300 anos de idade se mostraria inconsistente e até mesmo injustificável nos dias de hoje sem tal contextualização”, afirma Luis Otavio Santos, professor e coordenador do Núcleo, regente e diretor musical da ópera.
Acis e Galatea de Haendel
Estreou em 1718 e é uma das obras dramáticas mais bem sucedidas de Haendel. Mozart fez um arranjo em 1788 dessa notória mask, como foi inicialmente chamada por Haendel. O próprio compositor adaptou-a em diversas versões ao longo dos anos, inclusive com textos e árias em italiano, como no caso da apresentação de uma trupe em Londres, em 1732.
Sua temática pastoril, mas que também carrega uma força dramática característica das situações mitológicas, propicia ao público um entretenimento leve e profundo: o cenário bucólico da ação não impede Haendel e John Gay (que escreveu o texto) de mostrarem outros lados dessa aparente “pastorale”: os perigos do amor, o ciúme, o ridículo, e a redenção por meio da imortalidade. A situação idílica do amor da ninfa pelo pastor, convencional em todas as temáticas pastoris, é quebrada pela genial construção de Haendel/Gay: o monstro-gigante Polifemo, que reúne em si mesmo, seguindo os cânones do Barroco, opostos como amor e ódio, força e comicidade, e sobretudo fazendo uma ponte entre o sobrenatural (sua condição física) e o humano (seus sentimentos).
SERVIÇO
Acis e Galatea (1718) – G.F. Handel
Data: 6 de novembro, às 20h e 7 de novembro, às 18h
Local: Teatro Laura Abrahão da Faculdade Santa Marcelina
Endereço: Rua Dr. Emílio Ribas, 89 – Perdizes
Lugares: 374
Entrada franca
Informações: (0xx)11 3824-5800
Ficha Técnica
Direção musical e regência: Luis Otavio Santos
Direção cênica: João Malatian
Cenários e figurino: Beto Mainieri
Preparação vocal: Marília Vargas, Tiago Pinheiro
Dicção e pronúncia: Martha Herr
Solistas:
Galatea – Ludmila Carvalho (soprano)
Acis – Rodrigo Morales (tenor)
Polyphemus – André Angenendt (barítono)
Damon – Pedro Vaccari (tenor)
Coro
Rosemeire Moreira (convidada) – soprano
Eliane Aquino (convidada) – soprano
Renata Pesciotto (convidada) – mezzo-soprano
Tiago Pinheiro (convidado) – tenor
Sabah Teixeira (convidado) – baixo-barítono
Ensemble Instrumental Barroco
Violinos barrocos:
Luis Otavio Santos (prof. Tom Jobim EMESP), Juliano Buosi (convidado), Alceu Camilo Júnior, Alexandre D’Antonio (convidado), Paula Souza Lima, Raquel Aranha(convidada), André Costa
Violoncelos barrocos:
João Guilherme Figueiredo (prof. Tom Jobim EMESP), Sandra Tornice
Contrabaixo:
Camila Hebling
Oboés barrocos:
Natalia Chahin (prof. Tom Jobim EMESP), André Nardi
Fagote barroco:
Fábio Cury (convidado)
Flautas doces:
Noara Paolielo, Natalia Domingos
Traversos:
Ivan Zurawski, Debora Sanches
Teorbas e guitarras barrocas:
Guilherme de Camargo (prof. Tom Jobim EMESP), Diogo Rodrigues, Ana Maria Souza, Gustavo Penha
Cravos:
Alessandro Santoro (prof. Tom Jobim EMESP), Isabel Kanji
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