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Camerata Aberta recebe o regente francês Bruno Mantovani

03 de junho de 2014

Nesta sexta-feira, 6 de junho, às 20h, a Camerata Aberta – principal grupo de música contemporânea em atividade no país – abre a temporada em grande estilo e apresenta o concerto intitulado Nas Ruas, no Sesc Bom Retiro. Com direção artística de Sergio Kafejian, o grupo é formado por professores da EMESP Tom Jobim.

 

Sob a regência do maestro Bruno Mantovani, que é diretor do Conservatório de Paris, e participação do saxofonista Vincent David, também francês, o repertório escolhido traz a célebre Sinfonia de Câmara, escrita no início do século XX pelo austríaco Arnold Schoenberg, e duas obras do regente francês Bruno Mantovani, Streets e Troisième Round, esta última que fará a sua estreia nacional. O concerto acontece às 20h e os ingressos custam R$ 12 (inteira).

 

A Camerata Aberta abre o concerto com Streets (2006), obra de Mantovani e que foi composta quando o músico caminhava pelas ruas de Nova Iorque, nos Estados Unidos. A densidade da atividade humana simultânea era tamanha que era quase impossível isolar cada movimento de cada pessoa ou veículo, sem que esta informação fosse perturbada por outras coisas.

 

A percepção deste universo, composto por camadas infinitas, poderia ser vista como um todo tendendo paradoxalmente a uma paralisia. Este é o fenômeno retratado em Streets, obra dedicada a Pierre Boulez. As passagens vibrantes e virtuosísticas são as que envolvem o mínimo de escuta. Com um contexto harmônico extremamente limitado – a peça toda é baseada em um único acorde –, o discurso alterna entre momentos frenéticos e períodos de calma.

 

Na sequência o grupo apresenta Troisième Round, ou terceiro round, também de autoria de Bruno Mantovani e que será executada em concerto pela primeira vez no Brasil. Escrita para saxofone e ensemble, Mantovani a compôs por encomenda do festival Octobre en Normandie, para ser interpretada pelo saxofonista Vincent David, o regente Laurent Cuniot e o ensemble TM+.

 

Foi esta a configuração responsável pela estreia da peça, em 2001. Segundo o compositor, a obra não é o resultado de um desejo puramente musical, mas uma expressão de admiração artística por outras pessoas. Nesta obra, o compositor questiona qual o papel do intérprete no desenvolvimento de uma música além dos limites de simplesmente tocar o que está na partitura: a música já está pronta assim que o processo de composição termina?

 

Troisième Round apresenta constantes mudanças de pulso, e os doze instrumentos por vezes formam uma paisagem pela qual o solista passeia, por outras repete trechos de temas apresentados pelo saxofone: justapostos, em eco, amplificados, entre outros.

 

Na volta do intervalo a Camerata Aberta executa Sinfonia de Câmara, op. 9, escrita pelo austríaco Arnold Schoenberg, que é considerado um dos principais criadores da música moderna e que com esta peça explora a estrutura de uma sinfonia na concisão de uma obra de câmara.

 

Em oposição às longas sinfonias mahlerianas, apresenta uma peça que resume toda a orquestra em apenas 15 instrumentos solistas e, ao invés de quatro ou mais movimentos, deve ser realizada em uma única forma compactada, embora tenha cinco seções bem claras.

 

A peça representa um dos pontos culminantes do período tonal do compositor e vértice no processo de abandono da tonalidade. A obra teve estreia em 1907, em um concerto que ficou marcado na história por sua polêmica. Enquanto era executada pela primeira vez, pela Filarmônica de Viena, parte da plateia começou a protestar pela estranheza da sonoridade e muitos levantaram-se e foram embora. Gustav Mahler, que assistia ao concerto, levantou-se e começou a pedir silêncio.

 

A temporada 2014 da Camerata Aberta segue com concertos de julho a setembro, recebendo convidados nacionais e internacionais para a regência, como o francês Guillaume Bourgogne – integrante do conselho artístico do grupo –, o brasileiro Celso Antunes e o espanhol Ernest Izquierdo, regente honorário da Orquestra Sinfônica de Navarra Pamplona.

 

Nessas apresentações, o grupo vai mesclar o repertório com obras brasileiras, como dos compositores Flo Menezes, Paulo Zuben, Eduardo Álvares e Paulo Rios Filho, com peças dos canadenses Denys Bouliane e Jimmie LeBlanc, do austríaco Georg Friedrich Haas, da sul-coreana Unsuk Chin, do alemão Wolfgang Rihm, dos finlandeses Kaija Saariaho e Magnus Lindberg e do argentino Martin Matalon.“Neste ano, a proposta foi a de ampliar o leque estético e técnico do grupo através do trabalho com novos regentes”, explica Sergio Kafejian, diretor artístico da Camerata.

 

Programa:

NAS RUAS

 

BRUNO MANTOVANI   
Streets      

 

Troisième round    

Vincent David saxofones

 

ARNOLD SCHOENBERG    

Sinfonia de Câmara, op. 9   

 

Serviço:
Camerata Aberta recebe Bruno Mantovani na abertura da temporada 2014
Local: Sesc Bom Retiro
Horário: 20h
Endereço: Alameda Nothmann, 185.
Ingressos: R$ 12 (inteira), R$ 6 (usuário inscrito no Sesc) e R$ 2,40 (comerciário inscrito no Sesc)
Mais informações: (11) 3332-3600
 

 

Ficha técnica – Camerata Aberta
Bruno Mantovani, regência
Vincent David, saxofone

CÁSSIA CARRASCOZA flauta 
LUIS AFONSO MONTANHA clarinete
RICARDO BARBOSA oboé
FÁBIO CURY fagote
NIKOLAI GENOV trompa
ADENILSON TELLES trompete
LIDIA BAZARIAN piano
MARTIN TUKSA violino
SIMONA CAVUOTO violino
PETER PAS viola
DIMOS GOUDAROULIS violoncelo
PEDRO GADELHA contrabaixo
HERI BRANDINO percussão

 

Músicos convidados:
DIOGO MAIA clarone
KARIN FERNANDES piano
LUCIANO AMARAL trompa
OVANIR BUOSI requinta
PAOLA BARON harpa
ROBERTO ARAÚJO corne inglês
ROMEU RABELO contrafagote

 

Sergio Kafejian direção artística
Conselho artístico: Flo Menezes, Guillaume Bourgogne, Marisa Rezende, Paulo Zuben, Roberto Victorio e Silvio Ferraz

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